VIVENDO COMO IGREJA RELACIONAL
Escrito por Wayne Jacobsen. Traduzido por Ezequiel Netto
10 - A igreja que Jesus edificou.
Dezembro
de 2004.
“Quer
saber o que aprendi nesta semana?”, disse o homem quando me levava ao
aeroporto Midwest cedo de manhã. Nós tínhamos passado uma semana incrível
juntos com uma igreja caseira a qual ele ajudava a cuidar, e outro grupo de
crentes que se juntou a nós quando souberam que eu estava na cidade. Este
último estava num sério conflito por causa da participação deles com uma
congregação que parecia abusiva. “Tenho vendido
a coisa errada!”, ele continuou.
“O
que?” Eu perguntei para entender sobre o que estávamos falando.
“Tenho
vendido a ideia de igrejas nos lares”, disse ele sacudindo a cabeça com um
sinal, “em vez de Jesus”. Obviamente
ele não estava falando sobre “vender”
alguma coisa, e eu amo esta descoberta. Em quase todos os lugares que vou, as
pessoas estão preocupadas em encontrar o jeito certo de fazer igreja. Parece
que nossa fome por igreja é maior que nossa fome por Jesus.
Em uma reunião numa igreja no lar, há
poucos anos atrás, uma senhora compartilhou um sonho que tivera na noite
anterior sobre uma noiva se arrumando diante do espelho e admirando sua própria
beleza. Ela estava ansiosa com seus cabelos, maquiagem e vestido, pois queria
ter certeza que tudo estava perfeito. Enquanto isso, ela viu também o noivo no
altar checando as horas, e questionando por que a noiva não chegava. Que quadro
triste e solitário de tantos crentes em nossos dias. Estamos tão focados em nós
mesmos e no que a igreja deveria ser que estamos esquecendo que nossa alegria
está no noivo - o próprio Jesus!
Se existe alguma coisa que aprendi na última
década visitando várias expressões do corpo de Cristo ao redor do mundo é que
aqueles preocupados em como devem
fazer a igreja raramente experimentam a vida do corpo em sua plenitude,
enquanto aqueles que se preocupam com Jesus encontram uma igreja viva, vibrante
e maravilhosa.
Procurando
a igreja.
Nos últimos 40 anos centenas de livros
foram escritos acerca da renovação da igreja. Tenho assistido pessoas mudando
da carismática para mega igreja, para baseada na adoração, para centrada no
poder, para igreja em células, para o buscador sensível, para o renovado, para
a igreja com propósito, para a igreja no lar, para igreja emergente, e a lista
vai alongando. Alguns até mesmo retornaram para um culto litúrgico, encontrando
consolo na beleza estética e segurança. Como alguém confessou: “Eu só quero me reunir com cristãos onde eu
não tenha que me preocupar com alguém se debatendo no chão como um peixe
encalhado.”
Estes movimentos persistem devido a
atuação de um pregador talentoso que consegue arrastar uma multidão alegando
que finalmente encontrou a mais nova maneira bíblica de fazer a igreja. Após a
euforia do alegado “novo odre” desaparecer em 3 a 5 anos, as
pessoas encontram-se frustradas e precisam procurar uma nova expressão de
igreja que preencha o clamor de seus corações.
Eu compreendo a fome. As Escrituras
pintam um quadro constrangedor da igreja de Deus - irmãos e irmãs crescendo no
relacionamento com Jesus e uns com os outros de maneira que são transformadas
por esta experiência. Eles amam uns aos outros, crescem juntos na sabedoria de
Deus, compartilham seus bens juntos livremente, e viram-no revelar a si mesmo
de uma maneira extraordinária a eles e em sua cultura.
Eles eram perfeitos? Certamente que não
e as Escrituras claramente mostram isso tão bem. Eles lutaram contra falhas e
pecados. Eles tinham que lidar com aqueles que tentaram exercer controle sobre
os outros, e irmãos e irmãs que preferiam o conforto do falso ensinamento ao
desafio da verdade. Mas em todo o tempo Deus continuou fazendo sua obra e a
verdade era conhecida. Eles estavam cheios do temor e a graça de Deus se
multiplicava no meio deles de forma visível.
Quem não gostaria disso? Contudo,
aquelas expressões de vida da igreja têm sido raras e breves em nossos dias. O
que é tido como igreja hoje faz de nós mais expectadores que participantes,
manipula a vergonha das pessoas em vez de libertá-las dela, prefere mais a rigidez
da obrigação que o poder do amor, valoriza mais o empenho na programação de
alguém em detrimento do fazer discípulos de Jesus. Não é de se admirar que
tantas pessoas estivessem desiludidas com esta estrutura. No entanto, existe
uma busca contínua, como pássaros em uma inexplicável migração para uma terra
que eles nunca viram.
Além
de Igrejas nos Lares.
O contexto deste artigo é que tudo o que
chama a si mesmo de igreja não é de fato igreja. Após 2000 anos de história
cristã, o termo é usado para instituições que proporcionam uma experiência
cristã através de rituais, do clero e das tradições. Algumas das melhores
destas instituições atuais proporcionam um ambiente onde pessoas podem conhecer
a Jesus, crescer nas verdades bíblicas e se ligarem em comunhão verdadeira de
forma que, dentro e ao redor destas instituições, algumas pessoas podem
encontrar expressões de vida da igreja.
Por outro lado, existe um crescente
número de pessoas que estão encontrando uma expressão de igreja incrivelmente
limitada. Algumas estão abandonando o sistema abusivo, onde o controle por
parte de líderes inseguros e as prioridades da instituição suplantam qualquer
legitimidade de vida espiritual. Existe ainda outro grupo cada vez maior de
pessoas que não se conformam com o tempo e o dinheiro investidos em prédios e
políticas institucionais, e percebe que aqueles que estão na liderança destas
instituições, muitas vezes, tem pouco do caráter do Pai, e menos ainda de sua
paixão.
Fico maravilhado com o grande número de
pessoas que deparo, as quais deixaram as instituições onde eram líderes
respeitados - pastores, presbíteros, mestres, diáconos e membros do conselho. Alguns
deixaram para não se submeterem às demandas que não estavam em acordo com a
vontade de Deus, e outros porque entendiam que a instituição não saciava a fome
de viver como igreja. São mais valorizados a lealdade que a honestidade, a arrogância
que a ternura, o entretenimento que o crescimento espiritual e a sobrevivência
da instituição que o amor às pessoas.
Um líder denominacional confrontou sua
própria organização: “Um número crescente
de pessoas está deixando a igreja institucional por uma nova razão. Eles não
deixam porque perderam a fé. Eles estão deixando a ‘igreja’ para preservarem
sua fé”. As pessoas migram para uma nova realidade, e descobriram que a
maneira que aprenderam como “ser igreja”
no passado não sacia a fome deles por conhecer Jesus mais intimamente e por
compartilhar esta vida com os outros de forma mais eficaz.
Muitos destes, inicialmente foram para
uma igreja no lar, esperando que sua dinâmica mais bíblica pudesse oferecer a ‘Terra
Prometida’ que eles tanto buscavam. Mas logo perceberam que havia uma mistura.
A excitação por uma dinâmica relacional em pequenos grupos esvaneceu quando
descobriram que existem ainda pessoas querendo controlá-las interiormente ou
moldá-las em novos relacionamentos vazios. Eles encontraram relacionamentos
esquisitos onde pessoas estão mais focadas em métodos do que em seguir a Jesus.
Eles muitas vezes enfrentam as mesmas exigências religiosas por conformidade e
compromisso, e encontraram a mesma superioridade “nosso grupo é melhor”, que os separa de outros cristãos e do mundo
por preconceito racial com os não crentes, em vez de expressarem compaixão.
E agora também cresce um grande número
de pessoas buscando além das igrejas nas casas, imaginando onde encontrarão a
autêntica vida de igreja, e até mesmo se isso realmente existe.
Uma
fome inegável.
A triste realidade é que muitos que
ganham liberdade do sistema de obrigações religiosas muitas vezes encontram a
si mesmos usando a liberdade como desculpa para dar lugar aos apetites
reprimidos por muito tempo pelas coisas do mundo. Eles nem sempre caem em
grandes pecados, mas a fome espiritual deles é tragada pela busca de prazer.
Temo quando isso acontece, mas sei que para muitos será apenas uma fase. Tendo
trabalhado por tanto tempo e tão intensamente pra Deus com tão poucos frutos
permanecendo em relação a Deus e aos demais, que a frustração deles muitas
vezes se transforma em tolerância pessoal descuidada.
Para aqueles que foram tocados por
Jesus, este período não trará satisfação e, além disso, surge uma nova paixão
por comunhão verdadeira com Jesus. Além dos desapontamentos, além das falhas
dos outros, a fome por uma vida verdadeira no meio do povo de Deus reaparece.
Fico impressionado com a capacidade que tem essa fome em encontrar vida na
família do Pai. Mesmo com aqueles que sofreram abusos ou que ficaram frustrados
em seus esforços de encontrar essa vida no passado, ainda encontram a inegável
fome surgindo mesmo após a determinação de buscar sozinho. Uma vez que você
tenha experimentado a comunhão genuína, onde amados irmãos te inspiraram na
caminhada e ampliaram sua visão quanto à natureza de Deus, você não se
satisfará com nada inferior. Muitos experimentaram alguma prova da comunhão dos
primeiros dias, num estudo bíblico informal ou com um amigo mais chegado.
É certo que deva haver uma maneira
consistente para os crentes compartilharem esta incrível jornada onde leem vorazmente
tudo o que podem encontrar na igreja, e buscam na internet para ver se alguém
mais encontrou a mesma coisa e continuam frequentando algum grupo na região que
pareça promissor. Enquanto uns encontram respostas e conexões, outros se
encontram tão angustiados que se sentem incrivelmente isolados quando não
encontram ninguém com quem compartilhar.
Talvez estejamos finalmente acordando
para o fato de que Jesus não nos disse para edificar sua igreja. Disse que Ele
mesmo faria isso. Falou para permanecermos nele, amar aos outros como Ele nos
ama, proclamar o evangelho e ajudar aos outros a aprender a seguir a Ele. Se
estivermos focados nestas coisas em vez de tentar fazer o trabalho dele, não
tenho dúvidas de que veremos a igreja brotar ao nosso redor.
A igreja que Jesus está edificando
continua a crescer no mundo e você não é uma pequena parte dela. Mesmo que você
se sinta sozinho na caminhada, Ele está criando uma paixão em seu coração por
um propósito que você não pode ainda ver. Suspeito que nos próximos anos
veremos Jesus reunindo seu povo de forma que nem mesmo podemos compreender
agora. Vejo duas tendências em nossa cultura que me excita bastante. Primeiro,
um número crescente de crentes desiludidos com os rituais organizados da
religião. Segundo, um crescente número de não crentes buscando assuntos
espirituais e famintos por relacionamentos autênticos. Vai ser muito
interessante ver estas duas realidades convergindo nos dias que teremos pela
frente.
Reconhecendo
a igreja de Jesus.
Embora eu não espere ver uma perfeita
expressão do corpo de Cristo neste planeta antes da volta de Jesus, no entanto
isso não me impede de contemplar sua glória. Já testemunhei vez após vez em
todo o mundo o milagre de pessoas compartilhando juntas a vida de Jesus, crescendo
em compaixão, sabedoria, cuidado e liberdade. Já testemunhei também Deus
ligando pessoas com profundo impacto na vida de cada uma, e tendo grande
alegria em fazer isso.
Fico hesitante em definir como é a ‘aparência’
da igreja de Jesus, porque tenho certeza que o povo a reconhece quando toca nela.
Igreja
não é um lugar para ir, ou uma forma de organização. Ela é uma rede de
relacionamentos que compartilhamos com outros crentes, onde Jesus é o único
foco (Cl 1:18) e nós somos livres para crescermos nele (Ef 1:21; 4:18-20). Você
reconhecerá a vida da igreja de Jesus onde as pessoas têm a liberdade de serem
honestas sem serem atacadas (Jo 4:24 - veja também o apêndice Sendo
Verdadeiros), onde elas podem discordar sem ser menos amadas (Rm 13), onde
podem ser encorajadas da melhor forma, sem ser manipuladas pela agenda de
alguém (1Co 14), onde a culpa é removida de cada um em vez de serem acumuladas
(Rm 8:1-4), onde eles cuidam amorosamente das necessidades práticas e
espirituais de cada um, onde eles estão livres da obrigação de viverem em amor
(Gl 5) e onde o propósito de Deus em nós tem objetivos mais claros (Jo 17, Ef
1).
Em resumo, esta é a família no melhor
sentido da palavra, irmãos e irmãs crescendo juntos sob os cuidados do Pai.
Pessoas como estas vão encontrar maneiras de se reunirem regularmente de várias
formas como Deus conduzir, sendo que o relacionamento delas é o foco e não as
reuniões. Onde você encontrar pessoas assim, você encontrou o corpo de Cristo.
Certamente que isso pode acontecer no ambiente de uma instituição, embora
nenhuma instituição pode, em última análise, contê-lo. Também pode acontecer
fora das instituições, no curso normal de nossas vidas, quando Jesus nos coloca
em seu corpo na forma que Ele desejar (1Co 1:18).
Onde posso encontrar isso?
Comunidade relacional não é ciência
espacial. Quanto mais tentarmos organizá-la, mais intensamente vamos tirar a
vida para fora dela. Quando estava no ensino fundamental assisti meus pais
mudando de uma igreja denominacional para se unir com crentes apaixonados. Isto
aconteceu no início do avivamento carismático no meio dos anos 60. Eles
começaram a descobrir o quão real Jesus queria ser na vida deles e encontraram
muitos amigos compartilhando esta mesma fome. Sem os aborrecimentos de uma
instituição, eles se encontravam pelas casas, compartilhavam o alimento e
recursos, e convidavam crentes mais maduros para ajudá-los a entender o que
Deus estava fazendo com eles.
A congregação que eles frequentavam nos
domingos de manhã logo passou a ameaçar esse novo fervor e, em pouco tempo,
forçou-os para fora. Estranhamente, eles mudaram a reunião de oração das noites
de sexta para domingo de manhã, para começar sua própria igreja. Eu lembro, mesmo sendo ainda jovem, como a alegria,
o entusiasmo e a espontaneidade mudaram rapidamente por causa das exigências de
organização, planejamento para os cultos dominicais, e preparação do ministério
com crianças. Logo eles estavam brigando sobre como as coisas deveriam ser
feitas, quanto dinheiro poderia ser gasto, em vez de crescerem em Jesus.
Eu vi isso acontecer várias vezes.
Pensando que podemos produzir a vida da igreja por meio de uma organização
melhor, nós quase sempre involuntariamente sacrificamos essa vida por causa das
necessidades da instituição que produzem tão poucos frutos. A vida da igreja é
o fruto natural de pessoas crescendo em Jesus e em companheirismo com outras
que estão próximas. Não é sempre fácil encontrar pessoas com o mesmo tipo de
paixão, mas o Pai tem maneiras interessantes de conectá-las umas com as outras.
O
que você pode fazer
Você certamente não pode fazer a igreja
acontecer por seus esforços pessoais, e nem ela vai bater em sua porta enquanto
você assiste TV. Existem algumas coisas que você pode pensar, pelas quais você
entenderá como Deus poderia te conectar com outros crentes:
Primeiro, viva a caminhada. Você não encontrará vida em Jesus por encontrar o
grupo correto; você está conectado com a família por seu relacionamento com o
Cabeça, Jesus. Isto não quer dizer que as pessoas que “frequentam igreja” por 20, 30 ou 40 anos, não tenham a mínima ideia
de como ouvir Jesus e fazer o que Ele quer. Nós os preparamos tão bem para
viver por princípios que eles nunca aprenderam a seguir a sua voz. Aprenda a
viver nele. Descubra o quanto você estará seguro em seu amor e como você poderá
confiar na palavra dele dita a você. Leia você mesmo as Escrituras e aprenderá
a pensar como Ele pensa e reconhecer sua voz. Se conhecer alguns outros que
queiram crescer nesta caminhada também, compartilhem juntos a jornada.
Segundo, cultive relacionamentos. À medida que você cresce na segurança do amor do
Pai, encontrará a si mesmo amando a outros da mesma forma, não como cristãos,
mas como um povo nesse mundo. Você reconhecerá que Deus trabalha inicialmente por
meio dos relacionamentos. Então, se una ao Senhor em edificar relacionamentos à
medida que Deus vai trazendo pessoas a você. Ele pode te conduzir a um grupo de
pessoas que já se reúnem, ou a algum relacionamento individual ao redor de seu
bairro ou ambiente de trabalho. Ele pode te envolver com outros, comumente
chamados “ministério paraeclesiástico”,
uma missão de resgate, para os prisioneiros, um trabalho com jovens, um grupo
de oração, abrir sua casa para estudo bíblico ou um grupo de comunhão. Deus
sabe como te ligar com as pessoas que Ele quer que você conheça. Esteja
preparado para dedicar algum tempo para aqueles relacionamentos ao fazer coisas
juntos - compartilhando uma refeição, ajudando na construção de uma casa ou
saindo juntos. São poucas as pessoas atualmente que iniciam esses tipos de
encontros, além de serem difíceis em estabelecer amizades.
Terceiro, compartilhe a caminhada. Quem Deus colocou perto de você para quem você possa
abrir sua vida para essa pessoa? Pode ser apenas uma pessoa ou um punhado
delas. Elas podem ser encontradas na cidade, ou na sala ao lado. Encontre uma
maneira de compartilhar a vida de Deus juntos. Admitidamente isso pode parecer
constrangedor no princípio, pelo fato de não estarmos acostumados a esse tipo
de conversações, mas será muito prazeroso e digno de ser aprendido. Compartilhe
insights das Escrituras ou coisas que
está aprendendo, orem juntos sobre situações que encontraram, sobre coisas que
Deus está fazendo com vocês, e aprenda a ouvir a Ele juntos, de forma que vocês
possam encorajar uns aos outros na obra de Deus. À medida que a amizade de
vocês vai aumentando, vocês encontrarão maior liberdade para mais abertura,
mais honestidade e confissões de suas dificuldades, e serem capaz de usufruir
da sabedoria e força que Deus tem dado ao outro.
Quarto, aprenda a abrir mão de sua
vida. A comunidade não acontece
quando cada um luta pelo que quer, mas onde seguem o exemplo de Jesus de abrir
mão de sua vida em favor de outros. Caso só olharmos para nós mesmos, seremos
como navios na noite, e mesmo nos encontrando semanalmente, nos sentiremos
sozinhos. Usar sua vida em favor dos outros abrirá as portas para a verdadeira
comunidade.
Quinto, explore um relacionamento
comunitário. Na medida em que os
relacionamentos crescem, você poderá encontrar algumas pessoas ou famílias que
sintam o chamado de caminharem juntas por um período. Não existe melhor
expressão da vida da igreja que irmãos e irmãs que queiram compartilhar a vida
de Deus de forma intencional e regularmente. Não tente “começar uma igreja”, mas apenas cresça no que significa cuidar uns
dos outros nas circunstâncias reais da vida. Inclua famílias inteiras. Estejam
juntos regularmente, mas também cultivem aqueles relacionamentos além das
reuniões. Compartilhem seus bens, dons e tempo da maneira que Jesus os conduzir.
Busque maneiras onde Deus possa te usar em favor dos outros na comunidade,
individualmente ou coletivamente, para revelá-lo em nosso mundo ou abençoar
outros crentes com ajuda para crescer espiritualmente ou encorajar uns aos
outros neste processo. Seja cuidadoso em não limitar seus relacionamentos
apenas com aqueles do grupo e não tente fazer da comunidade algo permanente.
Experimente o que Deus te dá em cada estação e esteja aberto para mudar para
outros relacionamentos quando Jesus assim conduzir.
E
se precisar de ajuda...
Aprender viver como a igreja que Jesus
está edificando desafiará alguns dos seus paradigmas. Muitos de nós fomos
ensinados a sermos aprendizes passivos. Se precisarmos de algo, alguém vai nos
dizer o que é. Crescimento no reino não acontece dessa forma. Aqueles que
encontraram a vida não têm medo de bater, de pedir, de buscar.
Se você está se esforçando para aprender
como viver profundamente em Cristo, se una com outros cristãos, ou tenha um
grupo que não se isole em compartilhar a caminhada juntos, pois isto contribui
para separar coisas, como um irmão ou irmã que poderiam ir um pouco mais longe
na caminhada, em algumas áreas. Não tenha medo de pedir ajuda. Em cada estágio
de minha caminhada, Deus sempre colocou alguém por perto para ajudar a confirmar
coisas que eu estava vendo, e me ajudar a pensar além das limitações de minhas
experiências prévias. Mas eu busquei aqueles relacionamentos. Eles não vieram a
mim.
Também existem dons que Deus distribuiu
através do corpo (Ef 4:11-13) para ajudar a capacitar pessoas a viver esta
jornada. Você não os reconhecerá por títulos, pois os que são verdadeiros não
os usam. Não os reconhecerá por sua popularidade, pois muitos voam por baixo
dos radares. Não os reconhecerá por seus escritos, pois a maioria nem mesmo
escreve. Deus te ligará por meio de relacionamentos com aqueles que Ele deseja.
Você os reconhecerá pelo seu comportamento de acordo com a natureza do Pai.
Você escutará na voz deles a voz do Pai. E um tempo com eles te aproximará do
Pai e te trará mais liberdade para confiar mais nele. Eles te deixarão focados
no Pai, e não tentarão implantar algum método ou grupo de princípios. Eles
ajudam pessoas a se livrarem da culpa e dificuldades, e nunca explorarão isso,
mesmo quando querem que elas façam a coisa certa. Eles têm paciência com
aqueles que se esforçam, e não são defensivos quando pessoas os desafiam com
questões honestas. Eles não se veem como experts
sobre você, mas como irmãos e irmãs que caminham juntos, e nunca te
pressionarão ou tentarão te fazer dependentes deles. A alegria deles está em
fazer a obra do Pai crescer em você.
Isso pode requerer que você pense por
fora da caixa, mas aprender a viver na igreja que Jesus está construindo vale a
pena em cada momento da caminhada. Ele realmente quer que você aprenda a
caminhar ao lado de outros irmãos e irmãs, encontrando neles um incremento
poderoso para a vida que você está descobrindo em Deus. Tente não desviar seu
coração disso, mesmo que isso pareça uma miragem distante. Eu asseguro que é
real o bastante e parte do plano de Deus de trazer todas as coisas juntas
debaixo de Um cabeça!
Apêndice
- Sendo verdadeiro.
O parágrafo seguinte foi adaptado de “O teu verdadeiro eu se levantará!”, um
áudio da coleção Lifestream, por uma irmã do Texas:
Tudo bem perguntar o que eu preciso
perguntar, e me esforçar onde preciso me esforçar. Fui ensinado que não serei
recompensado por pretender ser melhor que já sou, mas experimentar a vida de
Deus significa que serei amado mesmo com altos e baixos, momentos de tristeza e
alegria, até mesmo com as dúvidas e triunfos. Em vez de explorar a fragilidade
das pessoas, ou necessidade de aprovação por tentar fazer deles cristãos
melhores, encorajo as pessoas a buscarem a Deus por cura e restauração da
fraqueza, pois assim podem experimentar por si mesmos o amor de Deus.
Em vez de sobrecarregar os outros com
uma lista de “deveriam fazer”, digo
as pessoas que Deus está operando através da “lei do Espírito da vida em Cristo Jesus”, e que Ele tem um imenso
desejo de se comunicar conosco. Falo sobre aprender “como” ouvir Deus e seguir aquilo que Ele põe no coração deles mesmo
que descubram depois que fizeram algo errado. Em vez de tentar mudar as pessoas,
insisto com eles para conhecer a Cristo como vida, pois é muito divertido (e
muito mais eficaz) assistir Ele transformando as pessoas. Ao invés de manipular
as pessoas para fazer o que eu penso que poderia me trazer algum benefício, e
minha definição da vontade de Deus para eles, eu compartilho como é a nossa
caminhada, de forma que possa trazer uma luz para eles. Se você está sofrendo
ou sem esperança alguma, estarei lá da mesma forma que o Pai escolheria estar.
Não sei se sempre terei o que você precisa, mas pelo menos estarei lá contigo
para que você não tenha que enfrentar as dificuldades sozinho.
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