quarta-feira, 28 de março de 2018

Vivendo como igreja relacional 10

VIVENDO COMO IGREJA RELACIONAL
Escrito por Wayne Jacobsen. Traduzido por Ezequiel Netto

10 - A igreja que Jesus edificou.
Dezembro de 2004.
Quer saber o que aprendi nesta semana?”, disse o homem quando me levava ao aeroporto Midwest cedo de manhã. Nós tínhamos passado uma semana incrível juntos com uma igreja caseira a qual ele ajudava a cuidar, e outro grupo de crentes que se juntou a nós quando souberam que eu estava na cidade. Este último estava num sério conflito por causa da participação deles com uma congregação que parecia abusiva. “Tenho vendido a coisa errada!”, ele continuou.
O que?” Eu perguntei para entender sobre o que estávamos falando.
Tenho vendido a ideia de igrejas nos lares”, disse ele sacudindo a cabeça com um sinal, “em vez de Jesus”. Obviamente ele não estava falando sobre “vender” alguma coisa, e eu amo esta descoberta. Em quase todos os lugares que vou, as pessoas estão preocupadas em encontrar o jeito certo de fazer igreja. Parece que nossa fome por igreja é maior que nossa fome por Jesus.
Em uma reunião numa igreja no lar, há poucos anos atrás, uma senhora compartilhou um sonho que tivera na noite anterior sobre uma noiva se arrumando diante do espelho e admirando sua própria beleza. Ela estava ansiosa com seus cabelos, maquiagem e vestido, pois queria ter certeza que tudo estava perfeito. Enquanto isso, ela viu também o noivo no altar checando as horas, e questionando por que a noiva não chegava. Que quadro triste e solitário de tantos crentes em nossos dias. Estamos tão focados em nós mesmos e no que a igreja deveria ser que estamos esquecendo que nossa alegria está no noivo - o próprio Jesus!
Se existe alguma coisa que aprendi na última década visitando várias expressões do corpo de Cristo ao redor do mundo é que aqueles preocupados em como devem fazer a igreja raramente experimentam a vida do corpo em sua plenitude, enquanto aqueles que se preocupam com Jesus encontram uma igreja viva, vibrante e maravilhosa.
Procurando a igreja.
Nos últimos 40 anos centenas de livros foram escritos acerca da renovação da igreja. Tenho assistido pessoas mudando da carismática para mega igreja, para baseada na adoração, para centrada no poder, para igreja em células, para o buscador sensível, para o renovado, para a igreja com propósito, para a igreja no lar, para igreja emergente, e a lista vai alongando. Alguns até mesmo retornaram para um culto litúrgico, encontrando consolo na beleza estética e segurança. Como alguém confessou: “Eu só quero me reunir com cristãos onde eu não tenha que me preocupar com alguém se debatendo no chão como um peixe encalhado.
Estes movimentos persistem devido a atuação de um pregador talentoso que consegue arrastar uma multidão alegando que finalmente encontrou a mais nova maneira bíblica de fazer a igreja. Após a euforia do alegado “novo odre” desaparecer em 3 a 5 anos, as pessoas encontram-se frustradas e precisam procurar uma nova expressão de igreja que preencha o clamor de seus corações.
Eu compreendo a fome. As Escrituras pintam um quadro constrangedor da igreja de Deus - irmãos e irmãs crescendo no relacionamento com Jesus e uns com os outros de maneira que são transformadas por esta experiência. Eles amam uns aos outros, crescem juntos na sabedoria de Deus, compartilham seus bens juntos livremente, e viram-no revelar a si mesmo de uma maneira extraordinária a eles e em sua cultura.
Eles eram perfeitos? Certamente que não e as Escrituras claramente mostram isso tão bem. Eles lutaram contra falhas e pecados. Eles tinham que lidar com aqueles que tentaram exercer controle sobre os outros, e irmãos e irmãs que preferiam o conforto do falso ensinamento ao desafio da verdade. Mas em todo o tempo Deus continuou fazendo sua obra e a verdade era conhecida. Eles estavam cheios do temor e a graça de Deus se multiplicava no meio deles de forma visível.
Quem não gostaria disso? Contudo, aquelas expressões de vida da igreja têm sido raras e breves em nossos dias. O que é tido como igreja hoje faz de nós mais expectadores que participantes, manipula a vergonha das pessoas em vez de libertá-las dela, prefere mais a rigidez da obrigação que o poder do amor, valoriza mais o empenho na programação de alguém em detrimento do fazer discípulos de Jesus. Não é de se admirar que tantas pessoas estivessem desiludidas com esta estrutura. No entanto, existe uma busca contínua, como pássaros em uma inexplicável migração para uma terra que eles nunca viram.
Além de Igrejas nos Lares.
O contexto deste artigo é que tudo o que chama a si mesmo de igreja não é de fato igreja. Após 2000 anos de história cristã, o termo é usado para instituições que proporcionam uma experiência cristã através de rituais, do clero e das tradições. Algumas das melhores destas instituições atuais proporcionam um ambiente onde pessoas podem conhecer a Jesus, crescer nas verdades bíblicas e se ligarem em comunhão verdadeira de forma que, dentro e ao redor destas instituições, algumas pessoas podem encontrar expressões de vida da igreja.
Por outro lado, existe um crescente número de pessoas que estão encontrando uma expressão de igreja incrivelmente limitada. Algumas estão abandonando o sistema abusivo, onde o controle por parte de líderes inseguros e as prioridades da instituição suplantam qualquer legitimidade de vida espiritual. Existe ainda outro grupo cada vez maior de pessoas que não se conformam com o tempo e o dinheiro investidos em prédios e políticas institucionais, e percebe que aqueles que estão na liderança destas instituições, muitas vezes, tem pouco do caráter do Pai, e menos ainda de sua paixão.
Fico maravilhado com o grande número de pessoas que deparo, as quais deixaram as instituições onde eram líderes respeitados - pastores, presbíteros, mestres, diáconos e membros do conselho. Alguns deixaram para não se submeterem às demandas que não estavam em acordo com a vontade de Deus, e outros porque entendiam que a instituição não saciava a fome de viver como igreja. São mais valorizados a lealdade que a honestidade, a arrogância que a ternura, o entretenimento que o crescimento espiritual e a sobrevivência da instituição que o amor às pessoas.
Um líder denominacional confrontou sua própria organização: “Um número crescente de pessoas está deixando a igreja institucional por uma nova razão. Eles não deixam porque perderam a fé. Eles estão deixando a ‘igreja’ para preservarem sua fé”. As pessoas migram para uma nova realidade, e descobriram que a maneira que aprenderam como “ser igreja” no passado não sacia a fome deles por conhecer Jesus mais intimamente e por compartilhar esta vida com os outros de forma mais eficaz.
Muitos destes, inicialmente foram para uma igreja no lar, esperando que sua dinâmica mais bíblica pudesse oferecer a ‘Terra Prometida’ que eles tanto buscavam. Mas logo perceberam que havia uma mistura. A excitação por uma dinâmica relacional em pequenos grupos esvaneceu quando descobriram que existem ainda pessoas querendo controlá-las interiormente ou moldá-las em novos relacionamentos vazios. Eles encontraram relacionamentos esquisitos onde pessoas estão mais focadas em métodos do que em seguir a Jesus. Eles muitas vezes enfrentam as mesmas exigências religiosas por conformidade e compromisso, e encontraram a mesma superioridade “nosso grupo é melhor”, que os separa de outros cristãos e do mundo por preconceito racial com os não crentes, em vez de expressarem compaixão.
E agora também cresce um grande número de pessoas buscando além das igrejas nas casas, imaginando onde encontrarão a autêntica vida de igreja, e até mesmo se isso realmente existe.
Uma fome inegável.
A triste realidade é que muitos que ganham liberdade do sistema de obrigações religiosas muitas vezes encontram a si mesmos usando a liberdade como desculpa para dar lugar aos apetites reprimidos por muito tempo pelas coisas do mundo. Eles nem sempre caem em grandes pecados, mas a fome espiritual deles é tragada pela busca de prazer. Temo quando isso acontece, mas sei que para muitos será apenas uma fase. Tendo trabalhado por tanto tempo e tão intensamente pra Deus com tão poucos frutos permanecendo em relação a Deus e aos demais, que a frustração deles muitas vezes se transforma em tolerância pessoal descuidada.
Para aqueles que foram tocados por Jesus, este período não trará satisfação e, além disso, surge uma nova paixão por comunhão verdadeira com Jesus. Além dos desapontamentos, além das falhas dos outros, a fome por uma vida verdadeira no meio do povo de Deus reaparece. Fico impressionado com a capacidade que tem essa fome em encontrar vida na família do Pai. Mesmo com aqueles que sofreram abusos ou que ficaram frustrados em seus esforços de encontrar essa vida no passado, ainda encontram a inegável fome surgindo mesmo após a determinação de buscar sozinho. Uma vez que você tenha experimentado a comunhão genuína, onde amados irmãos te inspiraram na caminhada e ampliaram sua visão quanto à natureza de Deus, você não se satisfará com nada inferior. Muitos experimentaram alguma prova da comunhão dos primeiros dias, num estudo bíblico informal ou com um amigo mais chegado.
É certo que deva haver uma maneira consistente para os crentes compartilharem esta incrível jornada onde leem vorazmente tudo o que podem encontrar na igreja, e buscam na internet para ver se alguém mais encontrou a mesma coisa e continuam frequentando algum grupo na região que pareça promissor. Enquanto uns encontram respostas e conexões, outros se encontram tão angustiados que se sentem incrivelmente isolados quando não encontram ninguém com quem compartilhar.
Talvez estejamos finalmente acordando para o fato de que Jesus não nos disse para edificar sua igreja. Disse que Ele mesmo faria isso. Falou para permanecermos nele, amar aos outros como Ele nos ama, proclamar o evangelho e ajudar aos outros a aprender a seguir a Ele. Se estivermos focados nestas coisas em vez de tentar fazer o trabalho dele, não tenho dúvidas de que veremos a igreja brotar ao nosso redor.
A igreja que Jesus está edificando continua a crescer no mundo e você não é uma pequena parte dela. Mesmo que você se sinta sozinho na caminhada, Ele está criando uma paixão em seu coração por um propósito que você não pode ainda ver. Suspeito que nos próximos anos veremos Jesus reunindo seu povo de forma que nem mesmo podemos compreender agora. Vejo duas tendências em nossa cultura que me excita bastante. Primeiro, um número crescente de crentes desiludidos com os rituais organizados da religião. Segundo, um crescente número de não crentes buscando assuntos espirituais e famintos por relacionamentos autênticos. Vai ser muito interessante ver estas duas realidades convergindo nos dias que teremos pela frente.
Reconhecendo a igreja de Jesus.
Embora eu não espere ver uma perfeita expressão do corpo de Cristo neste planeta antes da volta de Jesus, no entanto isso não me impede de contemplar sua glória. Já testemunhei vez após vez em todo o mundo o milagre de pessoas compartilhando juntas a vida de Jesus, crescendo em compaixão, sabedoria, cuidado e liberdade. Já testemunhei também Deus ligando pessoas com profundo impacto na vida de cada uma, e tendo grande alegria em fazer isso.
Fico hesitante em definir como é a ‘aparência’ da igreja de Jesus, porque tenho certeza que o povo a reconhece quando toca nela.
Igreja não é um lugar para ir, ou uma forma de organização. Ela é uma rede de relacionamentos que compartilhamos com outros crentes, onde Jesus é o único foco (Cl 1:18) e nós somos livres para crescermos nele (Ef 1:21; 4:18-20). Você reconhecerá a vida da igreja de Jesus onde as pessoas têm a liberdade de serem honestas sem serem atacadas (Jo 4:24 - veja também o apêndice Sendo Verdadeiros), onde elas podem discordar sem ser menos amadas (Rm 13), onde podem ser encorajadas da melhor forma, sem ser manipuladas pela agenda de alguém (1Co 14), onde a culpa é removida de cada um em vez de serem acumuladas (Rm 8:1-4), onde eles cuidam amorosamente das necessidades práticas e espirituais de cada um, onde eles estão livres da obrigação de viverem em amor (Gl 5) e onde o propósito de Deus em nós tem objetivos mais claros (Jo 17, Ef 1).
Em resumo, esta é a família no melhor sentido da palavra, irmãos e irmãs crescendo juntos sob os cuidados do Pai. Pessoas como estas vão encontrar maneiras de se reunirem regularmente de várias formas como Deus conduzir, sendo que o relacionamento delas é o foco e não as reuniões. Onde você encontrar pessoas assim, você encontrou o corpo de Cristo. Certamente que isso pode acontecer no ambiente de uma instituição, embora nenhuma instituição pode, em última análise, contê-lo. Também pode acontecer fora das instituições, no curso normal de nossas vidas, quando Jesus nos coloca em seu corpo na forma que Ele desejar (1Co 1:18).
Onde posso encontrar isso?
Comunidade relacional não é ciência espacial. Quanto mais tentarmos organizá-la, mais intensamente vamos tirar a vida para fora dela. Quando estava no ensino fundamental assisti meus pais mudando de uma igreja denominacional para se unir com crentes apaixonados. Isto aconteceu no início do avivamento carismático no meio dos anos 60. Eles começaram a descobrir o quão real Jesus queria ser na vida deles e encontraram muitos amigos compartilhando esta mesma fome. Sem os aborrecimentos de uma instituição, eles se encontravam pelas casas, compartilhavam o alimento e recursos, e convidavam crentes mais maduros para ajudá-los a entender o que Deus estava fazendo com eles.
A congregação que eles frequentavam nos domingos de manhã logo passou a ameaçar esse novo fervor e, em pouco tempo, forçou-os para fora. Estranhamente, eles mudaram a reunião de oração das noites de sexta para domingo de manhã, para começar sua própria igreja. Eu lembro, mesmo sendo ainda jovem, como a alegria, o entusiasmo e a espontaneidade mudaram rapidamente por causa das exigências de organização, planejamento para os cultos dominicais, e preparação do ministério com crianças. Logo eles estavam brigando sobre como as coisas deveriam ser feitas, quanto dinheiro poderia ser gasto, em vez de crescerem em Jesus.
Eu vi isso acontecer várias vezes. Pensando que podemos produzir a vida da igreja por meio de uma organização melhor, nós quase sempre involuntariamente sacrificamos essa vida por causa das necessidades da instituição que produzem tão poucos frutos. A vida da igreja é o fruto natural de pessoas crescendo em Jesus e em companheirismo com outras que estão próximas. Não é sempre fácil encontrar pessoas com o mesmo tipo de paixão, mas o Pai tem maneiras interessantes de conectá-las umas com as outras.
O que você pode fazer
Você certamente não pode fazer a igreja acontecer por seus esforços pessoais, e nem ela vai bater em sua porta enquanto você assiste TV. Existem algumas coisas que você pode pensar, pelas quais você entenderá como Deus poderia te conectar com outros crentes:
Primeiro, viva a caminhada. Você não encontrará vida em Jesus por encontrar o grupo correto; você está conectado com a família por seu relacionamento com o Cabeça, Jesus. Isto não quer dizer que as pessoas que “frequentam igreja” por 20, 30 ou 40 anos, não tenham a mínima ideia de como ouvir Jesus e fazer o que Ele quer. Nós os preparamos tão bem para viver por princípios que eles nunca aprenderam a seguir a sua voz. Aprenda a viver nele. Descubra o quanto você estará seguro em seu amor e como você poderá confiar na palavra dele dita a você. Leia você mesmo as Escrituras e aprenderá a pensar como Ele pensa e reconhecer sua voz. Se conhecer alguns outros que queiram crescer nesta caminhada também, compartilhem juntos a jornada.
Segundo, cultive relacionamentos. À medida que você cresce na segurança do amor do Pai, encontrará a si mesmo amando a outros da mesma forma, não como cristãos, mas como um povo nesse mundo. Você reconhecerá que Deus trabalha inicialmente por meio dos relacionamentos. Então, se una ao Senhor em edificar relacionamentos à medida que Deus vai trazendo pessoas a você. Ele pode te conduzir a um grupo de pessoas que já se reúnem, ou a algum relacionamento individual ao redor de seu bairro ou ambiente de trabalho. Ele pode te envolver com outros, comumente chamados “ministério paraeclesiástico”, uma missão de resgate, para os prisioneiros, um trabalho com jovens, um grupo de oração, abrir sua casa para estudo bíblico ou um grupo de comunhão. Deus sabe como te ligar com as pessoas que Ele quer que você conheça. Esteja preparado para dedicar algum tempo para aqueles relacionamentos ao fazer coisas juntos - compartilhando uma refeição, ajudando na construção de uma casa ou saindo juntos. São poucas as pessoas atualmente que iniciam esses tipos de encontros, além de serem difíceis em estabelecer amizades.
Terceiro, compartilhe a caminhada. Quem Deus colocou perto de você para quem você possa abrir sua vida para essa pessoa? Pode ser apenas uma pessoa ou um punhado delas. Elas podem ser encontradas na cidade, ou na sala ao lado. Encontre uma maneira de compartilhar a vida de Deus juntos. Admitidamente isso pode parecer constrangedor no princípio, pelo fato de não estarmos acostumados a esse tipo de conversações, mas será muito prazeroso e digno de ser aprendido. Compartilhe insights das Escrituras ou coisas que está aprendendo, orem juntos sobre situações que encontraram, sobre coisas que Deus está fazendo com vocês, e aprenda a ouvir a Ele juntos, de forma que vocês possam encorajar uns aos outros na obra de Deus. À medida que a amizade de vocês vai aumentando, vocês encontrarão maior liberdade para mais abertura, mais honestidade e confissões de suas dificuldades, e serem capaz de usufruir da sabedoria e força que Deus tem dado ao outro.
Quarto, aprenda a abrir mão de sua vida. A comunidade não acontece quando cada um luta pelo que quer, mas onde seguem o exemplo de Jesus de abrir mão de sua vida em favor de outros. Caso só olharmos para nós mesmos, seremos como navios na noite, e mesmo nos encontrando semanalmente, nos sentiremos sozinhos. Usar sua vida em favor dos outros abrirá as portas para a verdadeira comunidade.
Quinto, explore um relacionamento comunitário. Na medida em que os relacionamentos crescem, você poderá encontrar algumas pessoas ou famílias que sintam o chamado de caminharem juntas por um período. Não existe melhor expressão da vida da igreja que irmãos e irmãs que queiram compartilhar a vida de Deus de forma intencional e regularmente. Não tente “começar uma igreja”, mas apenas cresça no que significa cuidar uns dos outros nas circunstâncias reais da vida. Inclua famílias inteiras. Estejam juntos regularmente, mas também cultivem aqueles relacionamentos além das reuniões. Compartilhem seus bens, dons e tempo da maneira que Jesus os conduzir. Busque maneiras onde Deus possa te usar em favor dos outros na comunidade, individualmente ou coletivamente, para revelá-lo em nosso mundo ou abençoar outros crentes com ajuda para crescer espiritualmente ou encorajar uns aos outros neste processo. Seja cuidadoso em não limitar seus relacionamentos apenas com aqueles do grupo e não tente fazer da comunidade algo permanente. Experimente o que Deus te dá em cada estação e esteja aberto para mudar para outros relacionamentos quando Jesus assim conduzir.
E se precisar de ajuda...
Aprender viver como a igreja que Jesus está edificando desafiará alguns dos seus paradigmas. Muitos de nós fomos ensinados a sermos aprendizes passivos. Se precisarmos de algo, alguém vai nos dizer o que é. Crescimento no reino não acontece dessa forma. Aqueles que encontraram a vida não têm medo de bater, de pedir, de buscar.
Se você está se esforçando para aprender como viver profundamente em Cristo, se una com outros cristãos, ou tenha um grupo que não se isole em compartilhar a caminhada juntos, pois isto contribui para separar coisas, como um irmão ou irmã que poderiam ir um pouco mais longe na caminhada, em algumas áreas. Não tenha medo de pedir ajuda. Em cada estágio de minha caminhada, Deus sempre colocou alguém por perto para ajudar a confirmar coisas que eu estava vendo, e me ajudar a pensar além das limitações de minhas experiências prévias. Mas eu busquei aqueles relacionamentos. Eles não vieram a mim.
Também existem dons que Deus distribuiu através do corpo (Ef 4:11-13) para ajudar a capacitar pessoas a viver esta jornada. Você não os reconhecerá por títulos, pois os que são verdadeiros não os usam. Não os reconhecerá por sua popularidade, pois muitos voam por baixo dos radares. Não os reconhecerá por seus escritos, pois a maioria nem mesmo escreve. Deus te ligará por meio de relacionamentos com aqueles que Ele deseja. Você os reconhecerá pelo seu comportamento de acordo com a natureza do Pai. Você escutará na voz deles a voz do Pai. E um tempo com eles te aproximará do Pai e te trará mais liberdade para confiar mais nele. Eles te deixarão focados no Pai, e não tentarão implantar algum método ou grupo de princípios. Eles ajudam pessoas a se livrarem da culpa e dificuldades, e nunca explorarão isso, mesmo quando querem que elas façam a coisa certa. Eles têm paciência com aqueles que se esforçam, e não são defensivos quando pessoas os desafiam com questões honestas. Eles não se veem como experts sobre você, mas como irmãos e irmãs que caminham juntos, e nunca te pressionarão ou tentarão te fazer dependentes deles. A alegria deles está em fazer a obra do Pai crescer em você.
Isso pode requerer que você pense por fora da caixa, mas aprender a viver na igreja que Jesus está construindo vale a pena em cada momento da caminhada. Ele realmente quer que você aprenda a caminhar ao lado de outros irmãos e irmãs, encontrando neles um incremento poderoso para a vida que você está descobrindo em Deus. Tente não desviar seu coração disso, mesmo que isso pareça uma miragem distante. Eu asseguro que é real o bastante e parte do plano de Deus de trazer todas as coisas juntas debaixo de Um cabeça!
Apêndice - Sendo verdadeiro.
O parágrafo seguinte foi adaptado de “O teu verdadeiro eu se levantará!”, um áudio da coleção Lifestream, por uma irmã do Texas:
Tudo bem perguntar o que eu preciso perguntar, e me esforçar onde preciso me esforçar. Fui ensinado que não serei recompensado por pretender ser melhor que já sou, mas experimentar a vida de Deus significa que serei amado mesmo com altos e baixos, momentos de tristeza e alegria, até mesmo com as dúvidas e triunfos. Em vez de explorar a fragilidade das pessoas, ou necessidade de aprovação por tentar fazer deles cristãos melhores, encorajo as pessoas a buscarem a Deus por cura e restauração da fraqueza, pois assim podem experimentar por si mesmos o amor de Deus.
Em vez de sobrecarregar os outros com uma lista de “deveriam fazer”, digo as pessoas que Deus está operando através da “lei do Espírito da vida em Cristo Jesus”, e que Ele tem um imenso desejo de se comunicar conosco. Falo sobre aprender “como” ouvir Deus e seguir aquilo que Ele põe no coração deles mesmo que descubram depois que fizeram algo errado. Em vez de tentar mudar as pessoas, insisto com eles para conhecer a Cristo como vida, pois é muito divertido (e muito mais eficaz) assistir Ele transformando as pessoas. Ao invés de manipular as pessoas para fazer o que eu penso que poderia me trazer algum benefício, e minha definição da vontade de Deus para eles, eu compartilho como é a nossa caminhada, de forma que possa trazer uma luz para eles. Se você está sofrendo ou sem esperança alguma, estarei lá da mesma forma que o Pai escolheria estar. Não sei se sempre terei o que você precisa, mas pelo menos estarei lá contigo para que você não tenha que enfrentar as dificuldades sozinho.

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