O princípio da mordomia
na vida do filho de Deus.
Guilherme Afonso
Ferreira. Uberlândia/MG, março de 2018.
Introdução
Primeiramente
gostaria de expressar que o presente texto é fruto de minhas reflexões, de
minha experiência pessoal e de minhas convicções sobre os assuntos tratados, e
que em nenhum momento almejo que pessoas com pensamentos diferentes dos meus
mudem seus conceitos e práticas em função daquilo que creio.
Minhas
convicções sobre o tema não são fruto simplesmente de breves e recentes
leituras, conversas ou reflexões, mas sim vêm sendo construídas ao longo não
somente de meus 35 anos de convertido, mas também de minhas vivências
anteriores desde que me entendo por gente como filho de pastor presbiteriano
que sou, nascido em Campinas em 1963.
Minha
compreensão sobre o tema também não é fruto exclusivo de meus pensamentos
independentes. Pelo contrário, é uma mescla de reflexões em cima de muito ouvir
de outros sobre seu próprio entendimento, bem como da leitura de muitos textos
e mesmo livros voltados para o tema ou onde este é abordado em algum momento.
Tal
qual em outros assuntos, em momento algum entendi ser exigência das Escrituras,
ou do Espírito Santo, que minhas crenças (ou de qualquer pessoa) sejam, sem um
honesto convencimento interior, amoldadas ou conformadas às práticas e
convicções de terceiros, ainda que pessoas reconhecidas por seu amor,
compromisso, serviço, humildade, dedicação e experiência no meio dos filhos de
Deus.
Sobre
“convicções”, concordo com a afirmação de José Jamê Nobre, homem de Deus a quem
conheço a décadas: “Tenho minhas
convicções; porém, as escrevo a lápis”. Creio que devemos estar abertos não
só à reflexão de pensamentos diferentes dos nossos, mas à mudança quanto ao que
o Espírito Santo trouxer à nossa consciência,
sem, repito, a imposição de qualquer pessoa, grupo ou doutrina que seja.
Gostaria
de entrar direto no assunto que escolhi chamar de “Princípio da mordomia na vida do filho de Deus”, porém, dado a
relevância que se dá nos dias atuais à prática do preceito dos dízimos,
provavelmente esse tema ocupará mais tempo que o desejado em minhas reflexões.
Assim, resolvi
dividir meu trabalho em duas partes:
· Parte 1 - A prática do preceito dos Dízimos
· Parte 2 - O princípio da Mordomia na vida do filho de
Deus
Minha
perspectiva dos temas abordados será baseada fundamentalmente nos textos
bíblicos que tratam dos assuntos. Eventuais citações de outras literaturas, de
pensamentos e experiências de outras pessoas, de práticas e doutrinas de
qualquer grupo cristão, no meio institucional ou não, terão como objetivo
somente trazer reflexões que possam contribuir na compreensão do todo, sem, no
entanto, respaldar qualquer posição em complementação ao texto bíblico.
Ainda
sobre o texto bíblico, minhas reflexões são fundamentadas essencialmente em sua
compreensão interpretativa direta e simples, sem rodeios e manipulações que
visem a defesa de um ponto de vista específico.
Creio,
no entanto, na importância e nos benefícios, para a compreensão do texto
bíblico, de se contextualizar (não relativizar!) o momento, os costumes, a
cultura, enfim a história em que ele se insere quando foi escrito.
Reconheço
que a questão dos dízimos é um dos temas mais polêmicos no meio cristão desde
há muito tempo. E também dos mais confusos, temidos e arbitrários.
Como
falei no primeiro parágrafo, não tenho a intensão de mudar o pensamento de
irmãos de meu relacionamento, ou mesmo de outros que venham a conhecer esse
texto.
Na
verdade, não foram poucas as vezes nos últimos anos que comecei a colocar no
papel minhas convicções a respeito desse assunto, mas, via de regra, acabei
deixando para lá.
Porém,
nos últimos meses surgiu uma razão mais forte para eu enfrentar esse desafio e
deixar claro meu posicionamento: minhas filhas começaram a me perguntar sobre o
assunto, visto que vira e mexe elas ouvem alguma coisa sobre o tema aqui e
acolá. E, obviamente, passo a elas o que creio, certo de que, à medida em que
aprenderem a ouvir a voz do Espírito Santo, Ele guiará a consciência delas na verdade.
Outro
fator que também surgiu nos últimos meses, é que tenho refletido sobre a
necessidade de ser autêntico em todos os aspectos, primeiramente em meu
relacionamento com Deus e com minha família e na sequência em minha comunhão
com os irmãos e na amizade com todas as pessoas que me rodeiam.
Tenho
aprendido também que devo viver segundo minha consciência diante de Deus. Jesus colocava a verdade para as
pessoas, sem nada forçar, e deixava que a consciência
delas, tocadas pelo Espirito Santo, julgasse suas palavras e decidisse
espontaneamente ama-lo e obedece-lo. Paulo fazia a mesma coisa!
Aos
que me leem reforço o seguinte, não somente em relação ao tema que coloco aqui,
mas nos mais diversos assuntos relacionados à vida com Deus e com a igreja: não violente sua consciência! Porém, esteja sempre aberto para que o Espírito
Santo a mude no que for necessário. E não deixe de permanecer como está, ou
mesmo de mudar, por respeitos humanos, por temor das consequências, ou pelo
risco de ser incompreendido ou mesmo rejeitado até mesmo por pessoas que você
ama!
Caso
suas convicções sejam (ou venham se tornar) semelhantes às minhas, principalmente
no que diz respeito à primeira parte de meu texto, saiba que provavelmente você
ainda estará entre uma minoria nos dias de hoje.
Então,
nunca aborde esse assunto visando confrontar ou causar polêmica com quem quer
que seja. Mas seja livre para expô-lo sempre que for questionado ou que as
circunstâncias o levem a deixar claro o que você crê de forma a não viver em
falsidade. Lembremos da palavra de Paulo aos Romanos 12:18:
“Façam todo o possível para
viver em paz com todos.”
Isso
não implica em viver um princípio somente porque a maioria ao seu redor
eventualmente creia nele. Violentar sua consciência
para ter paz com os outros de cara te impedirá de ter paz consigo mesmo e
somente prorrogará um enfrentamento que em algum momento pode se tornar
inevitável.
E seja humilde. Creia que cabe somente ao
Espírito Santo (por somente Ele ter poder para isso) convencer as consciências da verdade, a sua e a dos
demais.
Ser humilde também implica
aceitar e conviver em amor com pessoas que pensam diferente da gente! E muitas
vezes a diversidade de pensamentos é um fator enriquecedor em nossa caminhada
com outros que igualmente buscam viver no amor do Pai e assim ser um estímulo
para trazer outros para o coração de Deus.
Encerro essa introdução lembrando
das palavras de meu amigo Augusto Guedes, da página no Facebook “A Prática da Igreja no Caminho”:
“Jesus nunca deixou de
permitir que pessoas pensassem diferente e nem ensinou isso aos seus
discípulos.”
Parte
1 - A prática do preceito dos Dízimos
Procurarei desenvolver o texto em ordem
cronológica, bíblica e historicamente.
Estes são todos os textos bíblicos onde “dízimo” é citado:
GÊNESIS
14:8-24
GÊNESIS
28:18-22
LEVÍTICOS
27:30-33
NÚMEROS
18:21-32
DEUTERONÔMIO
12:11-17
DEUTERONÔMIO
14:22-29
DEUTERONÔMIO
26:12
NEEMIAS
10:37 e 38
MATEUS
23:23
LUCAS
18:12
HEBREUS
7
As duas citações sobre dízimo registradas antes
da Lei de Moisés (Abraão e Jacó) demonstram que podia ser um costume entre os
povos antigos entregar espontaneamente
a sacerdotes uma parte de bens adquiridos, seja nas guerras ou mediante
reconhecimento de intervenção divina.
“Relatos históricos indicam
que a prática de compartilhar um percentual do espólio com pessoas
espiritualmente importantes era costume na cultura suméria - uma cultura na
qual Abraão estava imerso.” Douglas Weaver.
Afirmar que Abraão e Jacó eram ‘dizimistas fiéis’, como fazem alguns
autores, considerando o que temos registrado em Gênesis, é arriscar uma
especulação que eu não levaria a sério.
Abraão não entregou o dízimo de tudo o que ele
tinha, de todos os seus bem, como afirmam alguns. Abraão entregou espontaneamente a Melquisedeque
a décima parte dos bens e mantimentos que tomara de volta dos cinco reis que
haviam saqueado Sodoma e Gomorra, levando bens, mantimentos e pessoas,
inclusive Ló e sua família.
É bom lembrar que, pelo costume da época, Abraão
tinha direito a tudo quanto havia tomado quando, com seus 318 homens, liderados
por ele e seus aliados Aner, Escol e Manre, venceu aqueles reis. Independente
de tudo antes pertencer a Sodoma e Gomorra, ele poderia agregar todos os bens
ao seu patrimônio e considerar como seus escravos todas as pessoas que trouxe
de volta, até mesmo seu sobrinho Ló. Era a lei cultural da época!
No entanto, o texto nos diz que Abraão entregou
10% de todos os bens (do despojo) para o sacerdote Melquisedeque que lhe veio
ao encontro e, logo em seguida, devolveu ao rei de Sodoma tudo o que continuou
em seu poder (após separar a porção devida aos seus aliados). Veja Gn 14:8-24.
“E Abrão lhe deu o dízimo de
tudo.”
E, por fim, por ser um homem segundo o coração de
Deus, Abraão libertou todas as pessoas que, por direito, poderiam ser seus
escravos dali em diante. E o texto diz que o rei de Sodoma pediu a Abraão as
pessoas, às quais certamente imporia uma servidão terrível!
Jacó, negociador astuto como era, falou de dar a
Deus o dízimo de tudo que Ele lhe desse. Uma iniciativa de Jacó e não algo
imposto, nem um fato que possa ser citado como regra. Gn 28:18-22.
“e de tudo o que me deres
certamente te darei o dízimo"
Não há nenhuma referência bíblica posterior
indicando que Jacó tenha cumprido sua promessa ou mesmo que ele (e
anteriormente Abraão) tenha adotado a prática de entregar dízimos.
A prática do dízimo, ou, “dos dízimos”, para ser
mais correto, foi instituída na lei de Moisés, tal qual outras obrigações
devidas pelos judeus da Velha Aliança, como sacrifícios de animais, a guarda do
sábado e a circuncisão.
Lv 27:30-33 é o primeiro texto do Pentateuco de
Moisés referente ao preceito legal dos dízimos, seguido de Nm 21:18-32, Dt
12:11-17, Dt 14:22-29 e Dt 26:12. Após Moisés, apenas Ne 10:37,38 e Ml 3:8-10
fazem referência aos dízimos no Antigo Testamento.
Os dízimos eram constituídos da décima parte dos
animais que nascessem nos rebanhos, da tosquia das ovelhas e das colheitas dos
frutos da terra e das plantações agrícolas. Então, é óbvio que era devido
somente pelo judeu proprietário ou, no máximo, arrendador de terras. Nunca foi
dinheiro e nunca foi obrigação de todos que estavam debaixo da Lei.
Talvez pudéssemos dizer que a obrigação por parte
de alguns dentre o povo de Israel de entregar a décima parte de sua produção se
compararia nos dias de hoje à obrigação, também por parte de alguns dentre o
povo, do pagamento de ‘Imposto de Renda’.
No Brasil, atualmente, só paga imposto de renda
quem ganha acima de R$ 2.000,00 mensais; a maioria dos brasileiros é isenta
dessa obrigação. Em Israel, só entregava dízimos quem era proprietário de
terras; então, a maioria dos judeus era isenta dessa obrigação.
Durante dois anos seguidos os dízimos separados
eram usados numa grande festa pelo próprio “dizimista”,
ou seja, não era entregue a nenhuma autoridade e sim comido e bebido (inclusive
bebida alcoólica!) lembrando da bondade do Senhor que lhes deu uma terra onde
manava leite e mel. Dt 14:22-27.
“Separem
o dízimo de tudo o que a terra
produzir anualmente. Comam o dízimo
do cereal, do vinho novo e do azeite, e a primeira cria de todos os seus
rebanhos na presença do Senhor, o seu Deus, no local que ele escolher como
habitação do seu Nome, para que aprendam a temer sempre o Senhor, o seu Deus.
Mas, se o local for longe demais e vocês tiverem sido abençoados pelo Senhor,
pelo seu Deus, e não puderem carregar o dízimo,
pois o local escolhido pelo Senhor para ali pôr o seu Nome é longe demais,
troquem o dízimo por prata, e levem
a prata ao local que o Senhor, o seu Deus, tiver escolhido. Com prata comprem o
que quiserem: bois, ovelhas, vinho ou outra bebida fermentada, ou qualquer
outra coisa que desejarem. Então juntamente com suas famílias comam e alegrem-se ali, na presença do
Senhor, do seu Deus. E nunca se esqueçam dos levitas que vivem em suas
cidades, pois eles não possuem propriedade nem herança próprias.”
No terceiro ano os dízimos separados pelos
produtores agropecuários eram entregues aos levitas, que os guardavam nos
depósitos do templo (casa do tesouro), ou seja, armazéns, locais adequados para
o estoque desses bens e alimentos, não somente em Jerusalém, mas em todas as
cidades onde havia levitas. Dt 14:28,29
“Ao final de cada três anos,
tragam todos os dízimos da colheita
do terceiro ano e armazene-os em sua própria cidade, para que os levitas, que
não possuem propriedade nem herança, e os estrangeiros, os órfãos e as viúvas
que vivem na sua cidade venham comer e saciar-se, e para que o Senhor, o seu
Deus, o abençoe em todo o trabalho das suas mãos.”
Os bens guardados nos depósitos/armazéns tinham a
finalidade de suprir as necessidades dos levitas (o que certamente seria uma
parte ínfima diante do todo recolhido) e de socorrer todos os pobres, viúvas e
órfãos que ali se dirigiam para suprir suas necessidades básicas.
Diferente de outros povos, Deus ensinou seu povo a
ser hospitaleiro com os estrangeiros, então esses, ao passarem pela terra de
Israel, sabiam que podiam ser socorridos com alimentos e proteção contra o
inverno (lã, principalmente) junto aos levitas nos depósitos onde eram
armazenados os dízimos entregues de 3 em 3 anos pelos proprietários de terras.
Malaquias, tal qual subentendido também em outros
textos que mencionam os desvios dos sacerdotes, fala de uma forma bem clara que
os levitas não cumpriam com suas obrigações no trato com os dízimos a eles
entregues pelo produtor rural de 3 em 3 anos.
Malaquias 3:8-10, principal texto tão usado (fora
do contexto) atualmente pela liderança
da igreja para erroneamente ensinar
que Deus exige hoje de todos os convertidos ao Evangelho a entrega de dízimos e,
assim, conscientemente ou não, impor medo de maldição sobre os filhos de Deus
que o não fizerem, e/ou julga-los como avarentos, rebeldes e idólatras, foi uma
palavra dirigida exclusivamente e exatamente à liderança do povo
daquela época, isto é, aos sacerdotes (Ml 2:1).
“E agora esta advertência é
para vocês, ó sacerdotes.”
Vale lembrar também que toda a profecia contida
no livro de Malaquias era direcionada à nação de Israel, não tendo valor
normativo para nenhuma outra nação, nem daquela época nem do futuro, muito
menos para a Igreja de Jesus. Ml 1:1.
“Uma advertência: a palavra
do Senhor contra Israel, por meio de Malaquias.”
Está claro que os sacerdotes roubavam de Deus os
dízimos que eram entregues pelo povo. Deus leva tão a sério o socorro aos
pobres que considerava que Ele próprio estava sendo roubado, e não o povo! O
desvio dos dízimos pelos levitas se tornou uma prática comum em toda a nação,
em todas as cidades de todas as tribos onde eles habitavam. E a terra de Israel
e todo o povo sofria as consequências.
“Pode um homem roubar de
Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: ‘Como é que te
roubamos?’ Nos dízimos e nas
ofertas. Vocês estão debaixo de grande maldição porque estão me roubando; a
nação toda está me roubando. Tragam o dízimo
todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa.”
Ao contrário do ensino comum atual, o texto de
Malaquias não é uma advertência ao povo que não entregava os dízimos (e muito
menos aos convertidos de hoje!), e sim aos líderes do povo de Israel que
recolhiam os dízimos dos proprietários de terra, conforme estabelecido na Lei
de Moisés, e os usavam para seus próprios interesses.
É provável que parte daqueles dentre o povo que
deviam dizimar não o fizessem, seja por avareza mesmo ou por saberem que os
sacerdotes desviavam esses bens em benefício próprio.
Tal qual ocorre hoje, em que cristãos (erroneamente
convencidos da obrigatoriedade da entrega de dízimos e insatisfeitos com
práticas de seus líderes) deixam de entregar em suas congregações, é provável
que alguns na época de Malaquias deixassem de entregar aos levitas preferindo
eles próprios distribuírem aos necessitados ao seu redor.
Acho importante salientar que a maioria dos que
entendem que o preceito legal de entrega de dízimos é válido ainda hoje no seio
da igreja, como era exigido dos proprietários de terras em Israel, defendem seu
pensamento citando Malaquias 3.
Via de regra, esse texto é usado de forma
isolada, como se tivesse caído de paraquedas dentro da Bíblia. Normalmente é o
único texto usado nos ensinos sobre dízimo! Rarissimamente alguém, ao defender
a ideia da validade dos dízimos para os dias de hoje, tem o cuidado de procurar
onde na Bíblia o dízimo foi estabelecido, do que realmente se tratava, de quem
era exigido, quando devia ser entregue, e qual era sua finalidade, dentre
outros fatores.
Uma simples leitura dos textos anteriores a
Malaquias, isto é, em Levíticos, Números e Deuteronômio, é suficiente para se
concluir que é equivocado o costumeiro ensino, prevalecente nos dias de hoje,
de que todo mundo em Israel entregava dízimo, de que era entregue todo mês, de
que o lugar de entrega era exclusivamente o Templo de Salomão e, mais grave
ainda, de que Deus espera de todos os seus filhos, na igreja hoje, a entrega de
dízimos.
Na verdade, o preceito legal da entrega dos
dízimos (tal como os preceitos dos sacrifícios de animais, da guarda do sábado,
da circuncisão, e os demais preceitos da Antiga Aliança previstos na lei de
Moisés) foi revogado com o advento da Nova Aliança no sangue de Cristo e do
início da edificação da Igreja de Cristo a partir da ressureição de Jesus e do
derramamento do Espírito Santo no Pentecostes.
“Pois quando há mudança de
sacerdócio, é necessário que haja mudança de lei.”
“A ordenança anterior é
revogada, porquanto era fraca e inútil (pois a lei não havia aperfeiçoado coisa
alguma), sendo introduzida uma esperança superior, pela qual nos aproximamos de
Deus.” Hb 7:18,19
Nos evangelhos há somente dois textos que fazem referência
aos dízimos, ambos da boca de Jesus.
“Ai de vocês, mestres da lei
e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo
da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais
importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem
praticar estas coisas, sem omitir aquelas.” Mt 23:23
“Jejuo duas vezes por semana
e dou o dízimo de tudo quanto ganho.”
Lc 18:12 (texto conhecido
como “Parábola do Fariseu e do Publicano”)
Há cristãos sinceros que alegam que, em Mt 23:23,
Jesus valida o dever de entrega dos dízimos por seus seguidores, ou seja, se
Jesus citou o dízimo então ele deve ser praticado na Igreja.
No entanto, não é necessário aprofundar no
assunto para entender que essa afirmação não tem fundamento bíblico, teológico
e histórico.
Jesus não era ‘cristão’! Jesus era judeu! Jesus nasceu homem judeu sujeito
à Lei de Moisés! Jesus, enquanto homem, cumpria a Lei. E Ele nunca instigou
ninguém a descumprir a Lei; pelo contrário, nesse texto Ele diz para os
judeus que eles deviam praticar a justiça, a misericórdia e a fidelidade e,
também, dar o dízimo da hortelã, do endro e do cominho.
Nas ocasiões em que parece que Jesus contestava a Lei, na verdade Ele estava indo além da Lei, com o propósito de mostrar
que a Lei fora dada por causa do homem e não o contrário! Ele demonstrou em
algumas ocasiões que os homens deviam atentar para o “espírito da Lei” e não se
ater à sua letra morta.
E, por curiosidade, Jesus e seus discípulos,
mesmo sendo judeus, não entregavam dízimos, pois não eram proprietários de
terras. Pelo contrário, talvez se enquadrassem na Lei como “pobres”, pois ao
colherem milho numa plantação que não era deles, para saciar sua fome, não
estavam roubando, e sim fazendo o que era permitido pela Lei de Moisés aos
pobres.
Importante também lembrar que “o fim da Lei é Cristo”. Isso significa
que o ‘objetivo da Lei’, ou seja, ‘a finalidade da Lei’, ‘a razão de existir da Lei’ era Cristo!
A Lei prevaleceu, ou seja, teve seu poder sobre
os judeus, até que Jesus a cumpriu toda, e isto se deu quando Ele foi
sacrificado como O Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo.
A Lei se encerrou, foi cumprida, quando o véu do
santuário se rasgou de alto a baixo!
Uma nova lei foi promulgada a partir da vitória
de Jesus sobre o pecado e a morte! E é sabido que, no ato do início de uma nova
lei, todas as antigas que tratam dos mesmos assuntos são automaticamente
extintas.
A Nova Aliança no Sangue do Cordeiro extinguiu
por completo a Velha Aliança dos sacrifícios simbólicos de cordeiros com seus
preceitos.
Hebreus 7 é o único texto bíblico pós-lei, isto é, escrito já
no contexto da Nova Aliança, quando a Lei de Moisés já havia prescrito e não
tinha valor normativo algum para a Igreja, que, em seu contexto, faz referência
aos dízimos.
Ao contrário do que dizem alguns autores, Hb 7 não trata de
dízimos! O principal objetivo do texto é demonstrar a incomparável
superioridade do sacerdócio de Jesus sobre o extinto sacerdócio levítico.
Para isso ele argumenta que, se o sacerdócio de Levi fosse
suficiente, não seria necessário Deus levantar outro Sumo-Sacerdote, Jesus
Cristo, agora da “Ordem de Melquisedeque”.
Para mim, este “ser”, Melquisedeque, representa um dos
grandes mistérios bíblicos dos quais só teremos conhecimento quando estivermos
com o Senhor na Eternidade.
Em primeiro lugar, seu nome significa
"rei de justiça"; depois, "rei de Salém" quer dizer
"rei de paz". Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias
nem fim de vida, feito semelhante ao Filho de Deus, ele permanece sacerdote
para sempre. Considerem a grandeza desse homem: até mesmo o patriarca Abraão
lhe deu o dízimo dos despojos!
Enfim, basta apenas uma leitura de Hb 7 para perceber que,
diferente do que alguns autores afirmam, ele em nada valida a prática dos
dízimos na Nova Aliança. Pelo contrário, é o texto que mais deixa claro que em
Jesus foi extinta a exigência de todas as práticas da Lei Mosaica.
Um dos argumentos mais comuns na defesa da validade dos
dízimos para a vida da igreja é o de que, embora os dízimos tenham sido
instituídos na Lei de Moisés, sua prática “transcende” a Lei, visto que também
é citado antes e depois da Lei.
Pessoalmente, há muito tempo estou convencido de que esse
argumento carece de conteúdo, considerando minhas perspectivas sobre tais
textos pré e pós Lei que citei aí para trás.
Os defensores desse argumento, porém, se esquecem de que, tal
qual o assunto “dízimo”, a guarda do sábado e a circuncisão também
“transcendem” a Lei e, por isso, seguindo o mesmo raciocínio, deveriam ser por
eles praticados juntamente com a observância do dízimo.
Entrarei agora na história pós-bíblica, isto é, a partir do
fechamento do cânon neotestamentário.
Em todos os escritos dos chamados “Pais da
Igreja”, tais como Irineu,
Orígenes, Justino Martir, Tertuliano, Cipriano, João Crisóstomo e outros
cristãos dos séculos II ao V, cujos registros compõem a história da Igreja
pós-apostólica, isto é, a partir da morte dos doze apóstolos de Jesus, não há
uma sequer citação sobre a prática de entrega de dízimos.
Só
lembrando, a entrega de dízimos era uma exigência da Lei de Moisés para o povo
de Israel que vivia debaixo da Lei. A Igreja de Jesus, desde sua fundação,
NUNCA praticou a Lei dos Dízimos de Levíticos, Números e Deuteronômio! Pelo
menos nos primeiros 300 anos de sua existência!
Quando
os escritos dos Pais de Igreja se referem a finanças na vida cotidiana da
igreja, falam somente de contribuições voluntárias na comunhão dos santos, tal
qual Paulo orientou à igreja de Corinto em sua segunda carta.
“Cada um dê conforme
determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem
dá com alegria.”
Um acontecimento que certamente trouxe grande
prejuízo para a vida da igreja, embora provavelmente poucos assim discernissem
à época, foi a suposta conversão do
Imperador Romano Constantino I ao cristianismo no ano 312.
Até ali a Igreja de Jesus vivia em toda
simplicidade, inclusive se reunindo nas casas. Assim fizeram por 300 anos! A
igreja vivia realmente como organismo, como corpo de Cristo! E, como já vimos,
em todo esse tempo jamais se falou na igreja sobre práticas oriundas da lei
judaica, como a entrega de dízimos.
Vários desdobramentos negativos foram aos poucos
se instalando na igreja, a partir da ‘conversão’
de Constantino, influenciando lentamente que a igreja deixasse de ser um
organismo do céu para se tornar uma organização terrena.
A primeira medida do Imperador foi transformar os
suntuosos templos pagãos em “templos cristãos”, depois veio o estabelecimento de
um clero sacerdotal e o redirecionamento para a manutenção dessa nova
organização de recursos oriundos de impostos, que anteriormente era repassado
aos templos e sacerdotes pagãos.
Não demorou para que surgissem defensores da
ideia de se estabelecer uma ‘contribuição
obrigatória’, direto dos cristãos para os cofres da igreja, com a
finalidade de manutenção de toda a estrutura que cada vez mais inchava e
extinguia a vida da igreja que até então vivia nas casas sob a direção do
Espirito Santo.
Como consequência de toda essa paganização da
igreja, no ano de 582, durante o Sínodo de Mâcon, o antigo preceito do dízimo,
da finada Lei de Moisés, começou a ser ensinado como obrigatório (quando se
adotou a infame Teologia do Paralelismo entre a Igreja e o sistema
sacerdotal/levítico veterotestamentário).
Quase mil anos depois, no Concílio de Trento
(ou da Contrarreforma) - 1545 a 1563 - o dízimo ganhou força de lei cujo não
cumprimento seria punido com a excomunhão.
Vale lembrar que, naquela época, historicamente
denominada “Era das Trevas”, só a
ameaça de excomunhão já gerava um tremendo terror mental hoje incompreensível
para nós. Um exemplo claro é a do Imperador Henrique IV do Sacro Império
Romano-Germânico, que, no ano 1077, ao ser excomungado pelo Papa Gregório VII,
por divergências políticas, ficou três dias na neve, na porta do castelo onde
Gregório se encontrava, suplicando ao papa para anular a sentença.
É interessante observar que a questão dos
dízimos, via de regra, é hoje um verdadeiro tabu no seio da igreja cristã não
católica. Pode se comparar a um dogma da igreja católica; isto é, algo que
comumente só de pensar em discordar já gera um medo terrível no coração da
maioria das pessoas. Muitos vivem um constante dilema interior, pois suas consciências apontam numa direção e o
ensino doutrinário que recebem apontam para outra.
Tal problema é agravado pela histórica postura de
boa parte da liderança cristã, que, ao se deparar com um irmão que pensa
diferente do dogma começam por alertá-lo que “ser contra o dízimo é a primeira atitude de quem está se afastando de
Deus!”. Já ouviram isso? Se a pessoa insiste em não ser convencida da
verdade que essa liderança julga deter, o próximo passo é ser classificada como
avarenta e, no último grau, rebelde e idólatra!
Na prática, a lei da excomunhão de quem discorda
do ensino tradicional do dízimo, estabelecida no Concílio de Trento em 1563,
continua presente em muitas igrejas nos dias atuais, ainda que com outra face.
Não tenho muitas informações sobre de que forma a
Reforma Protestante que historicamente começou em 1517 tratou da questão dos
dízimos. Porém, há referências que apontam que as igrejas protestantes a partir
daquele momento deram ainda mais ênfase que a católica à obrigatoriedade do
pagamento de dízimos, pois, via de regra, não recebiam do Estado as vultuosas
contribuições das quais a católica era beneficiária.
Parte
2 - O princípio da Mordomia na vida do filho de Deus
Reitero que o objetivo desse trabalho é
apresentar às pessoas de meu relacionamento (quando questionado ou por força
das circunstâncias for necessário) minhas convicções sobre “Dízimos e
Mordomia”, de forma a viver tranquilo com minha consciência e evitar desgastes
com aqueles que amo.
Àqueles cujas consciências estão em paz
praticando a entrega de dízimos sugiro que assim continuem, e, a ambos,
“dizimistas” e “não dizimistas” convido a ouvirmos o conselho de Paulo em Rm
15:7.
“Portanto, aceitem-se uns
aos outros, da mesma forma como Cristo nos aceitou, a fim de que vocês
glorifiquem a Deus.”
Dito isto, parto para minhas considerações.
Absolutamente nenhum texto bíblico pós-pentecoste,
isto é, a partir do início da Igreja, da Nova Aliança, sobre finanças, se
refere a entrega de dízimos.
Todas as referências tratam exclusivamente de
coletas, doações, ofertas e contribuições, as quais eram realizadas de forma
voluntária e espontânea, sem qualquer constrangimento, pesar ou obrigação. No
máximo, em alguma ocasião especial, era fruto de um compromisso temporário,
assumido espontaneamente, para um fim específico.
Os textos salientam que toda e qualquer
contribuição deveria ser feita com alegria e liberdade, como fruto de um
coração agradecido pela abundância da dádiva da graça de Deus distribuída a
todos os Seus filhos.
Vale repetir que em todos os escritos dos “Pais
da Igreja”, dos
séculos II ao V, no que tange a finanças e dinheiro no cotidiano da vida da igreja,
não há uma sequer citação sobre a prática de entrega de dízimos.
O dar na Nova Aliança deve ocorrer sempre a
partir de um propósito individual, cheio de toda generosidade, abominando toda
e qualquer avareza e interesses escusos.
Uma
prática antibíblica herdada da Idade Média passou por Lutero (simpático à
Igreja Estatal) e ainda é presente atualmente: absolutamente ninguém na igreja tem
o direito de “fiscalizar” as ofertas de seus membros e/ou usar o dízimo como
parâmetro para medir a espiritualidade de alguém. Tal ato se constitui em uma
arbitrariedade que contraria o ensinamento bíblico que nos diz que todo ato de
caridade deve ser anônimo, algo pessoal entre aquele que oferta e o
próprio Deus. E assim, o que nossa mão direita faz, a esquerda não tenha que saber
(Mt 6:1-3).
Obviamente posso estar enganado, porém, pelo que
tenho observado nos últimos anos, me parece que, quanto maior o viés
institucional de um grupo cristão mais forte é o entendimento do dever atual de
entrega de dízimos. E isso se aplica tanto a denominações que se reúnem em
edifícios que normalmente chamam de “Templo” como a grupos que fazem questão de
não ter nomes e se reúnem nas casas.
“Instituição” não é sinônimo de “Denominação”.
Afinal, é possível que um grupo não denominacional, inclusive se reunindo nos
lares, seja mais institucionalizado do que uma denominação com templo e placa
na porta.
A
institucionalização de um grupo de pessoas que se dispõe a compartilhar sua
jornada em Cristo (bem mais sutil quando se reúnem nas casas) se expressa, em
maior ou menor grau, pela existência, formal ou velada, de padrões de
comportamento voltados mais para a organização do que para o organismo. Tende a
engessar a liberdade do Espírito Santo no meio da assembleia.
No
que tange às contribuições financeiras, o institucionalismo tende a centralizar
as doações de seus membros, intermediando a sua aplicação, dificultando que
cada membro aprenda a ouvir a voz do Espírito Santo e exerça livremente a
generosidade no investimento no Reino de Deus e socorro de vidas.
Nada
impede que haja alguma arrecadação centralizada com um fim específico, de
preferência temporária, desde que seja absolutamente sob livre concordância dos
membros, e sem julgamento daqueles que preferirem não participar.
A
igreja precisa aprender a confiar no ensino e na direção do Espírito Santo na
vida das pessoas de tal forma que todos cheguem à maturidade também na prática
da generosidade, ao ponto de que nenhuma necessidade deixará de ser atendida
pelo fato de não haver uma arrecadação centralizada para esse fim.
Como
membros do mesmo Corpo devemos nos encorajar uns aos outros para continuamente aprofundarmos e fortalecermos
nossos vínculos de amor no seio da congregação de tal maneira que todas as
necessidades, de cada um, sejam naturalmente supridas no fluir da vida de
comunhão da irmandade.
Relacionamentos
profundos entre os membros do corpo possibilitam ainda que todos amem-se
ardentemente uns aos outros (I Pe
1:22), sujeitem-se uns aos outros por
temor a Cristo (Ef 5:21) e exortem-se uns
aos outros todos os dias (Hb 3:13), de forma que qualquer atitude de
avareza seja manifestada e em amor tratada no seio da congregação.
A
vida do filho de Deus, não somente nas finanças, mas em relação a tudo que
tenha ou seja, deve ser movida sempre considerando:
· Generosidade
· Abundância
· Voluntariedade
· Liberdade
· Espontaneidade
· Alegria
· Gratidão
· Propósito individual
· Entendimento de Mordomia
· Abominação da Avareza e da Simonia (compra e venda de bens e
bênçãos divinas), o que, nesse aspecto, seria contribuir pensando em conseguir
algo de Deus em troca
A prática dos dízimos:
· traz em seu escopo impessoalidade, pois a contribuição é
depositada num gazofilácio sem um fim específico
· inibe a prática de ações de generosidade, pois retém recursos
que poderiam ser usados em necessidades específicas de pessoas ao redor do
contribuinte
· traz o risco do “dizimista fiel” inconscientemente se tornar
legalista e incorrer em avareza, pois ser dizimista não é sinônimo de ser
generoso
· contribui para a permanência do cristão num estado de
imaturidade, pois não necessita ouvir o Espírito Santo em como lidar com suas contribuições
A prática da livre contribuição:
· oferece oportunidades de evangelismo de não convertidos
quando o Espírito Santo dirige o cristão a ajudar com suas finanças qualquer
pessoa de seu relacionamento
· ajuda a fortalecer os vínculos existentes entre os irmãos
quando uns socorrem aos outros em suas necessidades
· é um ótimo instrumento para o cristão aprender a ouvir a voz
do Espírito Santo, pois Ele é quem deve guiar o “a quem” e “o como” contribuir
· é o meio mais rápido e eficiente para o suprimento das
necessidades das pessoas, pois o Espírito Santo é quem faz o elo entre o contribuinte e o necessitado
A comunhão íntima permite o ajudar uns aos outros diretamente. O uso de
caixinhas, de terceiros, de intermediários, não é necessário.
O “uns aos
outros” dispensa anonimatos. O corpo sustenta o corpo (Tg 2:14-16; Rm
12:11).
Fico tentado a relacionar uma série de caminhos
para se exercitar a generosidade a todos, “especialmente
aos da família da fé”. No entanto não o farei! Com certeza o Espírito Santo
dirige cada filho de Deus, à medida que aprende a ouvir Sua voz, a doar de formas
incríveis nos conceitos humanos!
Encerro transcrevendo um item do texto “Entendendo as diferenças entre Igreja
Organização e Igreja Organismo”, de meu amigo Augusto Guedes:
MOVIMENTO
FINANCEIRO - Pode parecer estranho,
mas a vida financeira de uma igreja orgânica não exige balanço ou balancete,
como acontece na organização. As arrecadações acontecem ocasionalmente, em
função de alguma necessidade específica, cada um contribuindo livre e espontaneamente
para aquela situação. É mais ou menos como um grupo de amigos que se cotiza para pagar a conta de um restaurante,
quando aqueles que podem e querem participam, e o valor não deixa de ser pago.
Não existe arrecadação dominical ou mensal, e nem por isso, órfãos, viúvas, e
missionários deixam de ser atendidos. Se é uma volta à prática
neotestamentária, não há lugar para os dízimos - impostos da teocracia - mas
sim para o conceito de mordomia, quando tudo que pensamos ser nosso é do Senhor
e apenas cuidamos, e o que efetivamente disponibilizamos para a obra, é em
função da nossa satisfação em dar, ou aquilo que é proposto em nosso coração,
lembrando que “Deus ama o que dá com alegria”.
Algumas referências sobre mordomia na igreja:
ATOS
4:32 a 5:10
I
CORÍNTIOS 16: 1-5
II
CORÍNTIOS 8 e 9
FILIPENSES 4:10-19
Saliento que esse meu texto poderá sofrer
atualizações a qualquer momento, seja para melhor esclarecimento do que já foi
exposto ou mesmo acréscimos e/ou correções que o Espírito Santo trouxer à minha
consciência sobre o tema tratado.
Isso desmascara toda ideia errônea sobre o dízimo,precisamos estar alerta
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